Pequena Pirenópolis, município do interior de Goiás que chama atenção pelo rico patrimônio. Retrato vivo da história goiana. Dessa vez, foi o destino escolhido pela turma de Design Gráfico da Faculdade Senac, para realizar visita técnica. Participaram da viagem alunos do módulo I e III. Os estudantes do módulo III foram com a proposta de fazer produção fotográfica do patrimônio histórico cultural e as turmas do módulo I realizaram visita ao ateliê de Marcos Lotufo e a galeria de arte Matutina Onze.
O passeio começou na Galeria Matutina Onze, mediante a olhares atentos e curiosos. Fernanda Pacca e Glenio Lima apresentaram a galeria de arte e relataram parte de suas trajetórias de vida. Apaixonados por arte contemporânea, os artistas saíram da cidade natal, a Capital Federal, Brasília. Tão conhecida por grandes museus e pela variedade de exposições de arte, mas não foi tão grande para os dois artistas. Diante disso, Fernanda e Glenio visitaram a famosa Pirenópolis e encontraram o local perfeito e com grande potencial. Matutina onze. Uma galeria pequena, mas sublime. Um espaço simples e encantador, em cada cômodo uma arte mais cativante e com uma expressiva mostra da realidade.
Entre as obras de Fernanda, a mais encantadora. "Nó na garganta". Bonecas presas em fios de aço inox em pregos sobre madeira, arte que expressa um momento histórico na vida da artesã que atuava como dentista há mais de 10 anos, mas que sonhava em atuar com artista plástica. Cansada da imposição da família, a jovem resolveu deixar tudo e seguir o sonho. Fernanda conta que Pirenópolis trouxe ainda mais visualização para o seu trabalho "Trabalhei dez anos na área quase onze, e aí eu consegui largar. E pra sobreviver eu tive que vim pra cá, porque em Brasília foi muito difícil é bem complicada. Aqui nós temos muito mais visibilidade. E vários galeristas me viram somente depois que nós viemos para cá", afirma.
Em dois anos de galeria, Fernanda sonha ir ainda mais longe, "rodar o mundo levando a arte. Nunca é o fim da linha, sempre tem algo mais para mostrar". Conclui. Para Glenio Lima, artista que divide a galeria com Fernanda, é necessário sempre correr atrás de seus objetivos, "eu acho que em qualquer profissão você deve buscar conhecimento, tem que investir em você. Tem que ser algo que te estimule". Conta.
Marcos Costa, coordenador do curso de Design Gráfico da Faculdade Senac, fala da importância da visita para os alunos: "A visita na galeria matutina onze, foi para sensibilizar quanto as inúmeras possibilidades expressivas da comunicação visual e coloca-los em contato com as pessoas que estão produzindo esses materiais contemporâneos". Conta Marcos.
O passeio se estendeu um pouco mais até ao ateliê de Marcos Lotufo. Lotufo nasceu em São Paulo, morou na Alemanha onde estudou design gráfico e se formou na Universidade de Kassel. Logo após, cursou a segunda graduação em Comunicação Visual, se casou e retornou ao Brasil. Morou em Porto Nacional por 10 anos. Mudou-se para Goiânia, lecionou na Faculdade Senac Goiás, durante 3 anos e atualmente reside em Pirenópolis onde recebeu os estudantes.
A visita no ateliê foi para criar a consciência da dimensão social do design e fazer com que os alunos estabeleçam contatos com gerações mais antigas, "que é o caso do Lotufo que é uma referência em design em Goiânia. Eu queria que eles tivessem a vivência de múltiplas possibilidades e realidades, de produção do design e o Marcos é uma pessoa que trabalha com design há mais de 30 anos em Goiás, então é uma pessoa importante que vem de uma experiência internacional e que trabalhou o interior do Brasil". Conclui o coordenador, Marcos Costa.
O projeto foi realizado e idealizado pelo professor Aurisberg Leite Matutino, juntamente com o empenho das professoras Mariana Calaça e Priscila Monique.