Os alunos do quinto e último período do curso de Jogos Digitais, da Faculdade de Tecnologia Senac Goiás, experimentam uma forma diferente de aprendizado. O professor Wagner Nunes iniciou o semestre com a proposta de que as aulas fossem dadas em formato de jogo. Para isso, professor e alunos desenvolveram um software, específico, que funciona como ambiente de aprendizagem online, que possibilita a liberdade para buscas na internet.
"A gente gameficou as aulas", explicou o professor. Ou seja, transformaram as aulas em jogos. Segundo ele, a inspiração veio dos estudos sobre um aprendizado que fosse centrado no aluno. "Então, a autoria dessa metodologia é minha com a somatória dos alunos, os alunos interferem nas regras", completou. Durante o semestre, o professor lança missões (atividades) e os alunos devem cumprir o mínimo necessário para passar.
"Aí tem uma tabela de experiência. Conforme o aluno sobe os números de experiência, ele sobe de nível. Para ele enfrentar o último chefe e passar pela porta, ele precisa estar no nível sete, pelo menos", contou Wagner. O estudante Lucas Dias diz que, apesar de ser uma novidade, está satisfeito com o método. "Essa é a minha primeira experiência com aulas gameficadas, mas este raciocínio de aula acaba sendo algo natural pelo nosso convívio com jogos", conta.
Além disso, o jogo tem os pontos de vida, que são equivalentes às presenças e faltas. Se o aluno não comparece à aula, a atividade lhe golpeia e ele não tem como se defender. "Se ele zerar, reprova", explicou o professor. A quantidade de faltas permitidas segue as regras da faculdade. A turma também sente-se motivada a chegar mais cedo porque os primeiros a chegar podem pegar itens - trabalhos acadêmicos extras - que são deixados no quadro e funcionam como uma espécie de bônus.
"Eu e outros alunos estamos nos empenhando frequentemente para pegar esses itens. O que seria um pedido chato do professor acaba virando uma brincadeira com dinâmicas e enigmas", declarou Lucas. Além disso, os alunos podem fazer sugestões de missão, desde que seja sobre o tópico da aula. "Foi uma forma que eu encontrei de quebrar, às vezes, aquela questão da hierarquia", explicou Wagner Nunes.