Empreender é vocação para muitos empreendedores, mas quando se fala em maternidade, essa pode ser a solução para ter renda e, ao mesmo tempo, cuidar dos filhos. Esse é o tema do Momento Senac Saber dessa semana, que conversou com a Patrícia Alves Vilela França, instrutora de Gestão e Aprendizagem do Senac Anápolis.

A história de Patrícia com o empreendedorismo começou aos 13 anos, quando ainda adolescente ela começou a vender cosméticos por meio das tradicionais revistas de marcas como Avon, Natura e Demillus. Mais tarde, aprendeu a fazer crochê, o que contribuiu com sua renda. A grande dificuldade bateu à porta quando aos 24 anos Patrícia ficou viúva. Grávida do segundo filho, ela precisou se reinventar. “Perdi não apenas o meu marido, mas também a maior fonte de renda da minha casa. Eu já ministrava aula por meio período, então precisava de mais um trabalho que me possibilitasse ter tempo de ficar com meu filho”, conta.

A solução encontrada foi aprender a fazer chocolate com uma vizinha. Patrícia passou a vender nos mercados e assim conseguiu complementar sua renda e, ao mesmo tempo, ficar com o filho. 

Mulheres no empreendedorismo

De acordo com o relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) sobre o empreendedorismo feminino, divulgado em março desse ano, dentre os 30 milhões de empreendedores brasileiros, 10 milhões são mulheres. E dados da Rede Mulher Empreendedora mostram que 70% das mulheres associadas atuam nas áreas de moda, beleza, alimentação fora de casa e estética. 

A instrutora do Senac explica que existem muitas realidades, mas sua experiência mostra que quando se trata de mães empreendendo, a primeira delas é de fato o desejo de conciliar trabalho e cuidado com os filhos. “Algumas até têm bons trabalhos, mas quando se tornam mães, elas querem ter tempo e o mercado de trabalho te exige uma carga horária de trabalho maior, daí surge a necessidade de conciliar”, diz.

Outra realidade observada pela instrutora de Gestão é a necessidade financeira. “Também vejo mulheres que abriram mão de trabalhar e estudar para cuidar dos filhos e da família e de repente se separam, de repente ficam viúvas, de repente o esposo perde o emprego, de repente ela se vê com a necessidade de empreender”, complementa Patrícia.

Para que as mães empreendedoras possam iniciar essa trajetória profissional de forma mais segura, Patrícia Alves orienta: “A primeira coisa é acreditar em si. A segunda coisa é não arriscar sem ter uma visão de mercado: verificar no que você é boa e avaliar se ali existe um mercado.” 

Como terceiro ponto, a profissional orienta buscar conhecimento. “O conhecimento é o melhor investimento que fazemos na gente. Às vezes o aluno vem buscando o professor, mas sentado com o colega ele vê um negócio que não enxergava. E quando você dá um passo para o conhecimento, você melhora muito, você aprende dicas que sozinho em casa você não aprenderia. Quando você vem, você aprende coisas novas. Às vezes você pode estar sentado ao lado de um sócio, de um empreendedor, às vezes no meio de uma aula você tem uma ideia que na sua casa você não teria”, constata Patrícia a respeito de sua experiência com os alunos em sala de aula.  

Ajude a mãe empreendedora

A instrutora afirma que para ajudar uma mãe empreendedora, a primeira coisa a se fazer é comprar dela. Ela também orienta a ofertar conhecimento. “Se sua vizinha está vendendo chocolate e você percebeu que o marketing dela não está legal, ofereça ajuda, não critique, ajude aonde você vê que pode melhorar. Essa rede de apoio faz muita diferença”, conclui. 

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