Solange Maria Castro Montine - A enfermeira retornou ao mercado de trabalho após 20 anos
Fiz o curso de enfermagem na primeira turma do Senac Aparecida em 2004. Eu tinha então 43 anos e estava tentando recomeçar minha vida profissional. Enfrentei várias dificuldades durante o curso. Estava recém divorciada, com dois filhos adolescentes e revoltados com a separação dos pais. Mas jamais perdi o foco. Havia saído do casamento lesada financeiramente. Vendi 1 lote que me coube na partilha e paguei o curso à vista. Durante o curso fiz o processo seletivo no hospital das forças armadas de Brasília e passei em ótima colocação. Isso em 2005. Eu não tinha diploma pra apresentar e perdi a chance de ingressar no mercado de trabalho. Formei em 2006. E aí liderei a turma pra fazermos uma formatura inesquecível. E fizemos. Convidei autoridades de Aparecida para serem padrinhos e patronos e com isso ganhamos tudo para a formatura que foi realizada. Aí fui tentar o mercado de trabalho. E vi a discriminação quanto à idade. Passava em todos os testes que fazia em hospitais, mas era barrada no ato dá contratação. E, em três hospitais os servidores do RH foi quem me disse que os donos, diretores dos hospitais não aceitavam pessoas com mais de trinta anos. E eu tinha 46 anos. Mesmo assim havia uma luz no fim do túnel. Passei a cuidar de idosos. Com espírito de liderança, fiz um teste e me tornei coordenadora de equipes na Celg. Ali fiquei até 2010. Lá trabalhava 12 horas por dia de segunda à sexta, sábado até 13 horas. E coordenava equipes de trabalho em eventos sociais e culturais nas noite de sábados e/ou domingos, porque me pagavam 12 horas extras, independente de quantas horas durasse o evento. Mesmo acordando às 4h30 para sair no ônibus das 5 horas e retornar às 20h eu fazia tempo pra estudar pra concurso. Em 2010 fiz o concurso da Secretaria de Saúde de Goiás e fui aprovada. Fiquei entre os 100 primeiros (72 foi minha colocação) em total de mais de 14 mil candidatos. Escolhi trabalhar no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia, onde estou até hoje. Comecei no pronto socorro e desde 2013 estou na UTI do hospital. O curso do Senac significa a minha inserção no mercado de trabalho após 20 anos afastada dele. O curso me deu, abaixo de Deus, tudo que tenho hoje. Hoje, com 56 anos, estou ativa no trabalho. Alto estima no auge. Independente! E posso definir minha carreira numa palavra: SUCESSO!